2013-03-29

A sequência pára aos 27

Desde que, no Outono de 2010, LeBron James (ex-Cleveland) e Chris Bosh (ex-Toronto) se juntaram a Dwayne Wade nos Miami Heat que esta equipa se tornou num daqueles grupos que tem tanto talento e potencial, que toda a gente lá quer jogar, porque as vitórias vão acontecer.


Trata-se de um "charme" que é comum em Nova Iorque (se bem que aí, não há uma equipa campeã desde 1973) e, principalmente, em Los Angeles, onde jogadores praticamente se oferecem todos os dias para poderem jogar numa das mais icónicas organizações de sempre, da NBA.

Apesar da desilusão de 2010/2011, onde - sendo super-favoritos - perderam as Finais contra os Dallas Mavericks de Dirk Nowitski e Cª., os Miami têm subido sempre de nível, contruído uma equipa fortíssima, que "dizimou" os Oklahoma City Thunder nas Finais de 2012 e é novamente a favorita para vencer em 2013.

Com a entrada do ex-inimigo Ray Allen (proveniente dos Boston Celtics, equipa que teve alguns jogos contra Miami que "deram faísca"), o treinador Eric Spoekstra tem ao seu dispor um grupo que pode ganhar qualquer jogo e pode pensar em bater records históricos.

Um desses records perdura desde 1972, a sequência de 33 vitórias consecutivas que os Lakers de Wilt Chamberlain conseguiram e que os Heat estiveram perto de bater.

Estiveram, porque, com a contagem em 27 vitórias consecutivas, iniciada após a derrota em Indiana no passado dia 1 de Fevereiro, os Heat dizimaram a concorrência, vencendo 24 desses 27 por mais de 3 pontos, dando mostras da sua  superioridade.

Na chegada a Chicago, terra natal de Wade (e que não lhe perdoa o facto de, em 2011, não ter vindo para "casa" quando era free-agent e tenha preferido "recrutar" James e Bosh), mora uma equipa em reconstrução, à espera que o seu líder, Derrick Rose, acabe a sua recuperação, após uma lesão gravíssima (rotura dos ligamentos cruzados, ocorrida nos Playoff de 2012), e regresse para voltar a tornar os Bulls numa equipa de topo.


Apesar de esta época ter sido repleta de lesões (os Bulls apresentaram-se sem outros dois titulares - Joakim Noah e Richard "Rip" Hamilton - e ainda o triplista Mario Bellinelli), a equipa tem tido uma performance muito acima do que se esperava, onde os "ilustres desocnhecidos" Nazr Mohammed, Jimmy Butler, Daequan Cook e Marquis Teague têm dado um contributo importante, debaixo da liderança notável de Tim Thibodeau, e do "supporting cast", que inclui Taj Gibson, Nate Robinson, Kirk Hinrich, Carlos Boozer e Luol Deng.

Ontem, em Chicago, acabou a sequência de vitórias. 27.

Um jogo feio, onde os Bulls se preocuparam mais em apoquentar os adversários com a sua energia (os ressaltos ofensivos e as faltas duras já são marca registada em Chicado - ver vídeo) e nunca deixar que a motivação que vem dos contra-ataques e transições rápidas de Miami permitam aqueles "afundanços" que motivam sempre a equipa.

Após um 1º Período quase perfeito (Bulls 32-22 Heat), a equipa da casa conseguiu sempre responder às investidas dos visitantes e, só por breves momentos no 3º Período, não esteve na frente do marcador, acabando por triunfar por 101-97.

O record mantém-se, assim, velhinho por mais uns tempos, mas é certo que estes Heat vão voltar a vencer muitos jogos e a derrubar outros (novos e velhos) records da NBA.


Fonte: NBA

2013-02-18

I wanna be like Mike!

Mais do que uma simples frase, é uma expressão traz consigo um sonho de crianças, teenagers e adultos, de serem como Michael Jordan, o mais-que-provável melhor basquetebolista de sempre, que ontem completou 50 anos.

Mas porque quereriam todos ser como o Mike?
Isso já acontecia ainda antes de ganhar um título da NBA (demorou 7 anos a consegui-lo), Michael subiu todos os degraus na escada do sucesso… e tudo terá começado no quintal de casa dos pais, quando começou a ganhar regularmente ao irmão Larry e a pôr na cabeça se lhe ganhava a ele, poderia ganhar a qualquer um.

Apesar de alguns contratempos, como o ter sido rejeitado na equipa da escola secundária, Michael perseverou e em 1982, no ano de caloiro na faculdade (Universidade da Carolina do Norte, com os “Tar Heels” do super-exigente treinador Dean Smith), foi ele quem marcou o cesto decisivo para a conquista do título universitário contra Georgetown (onde jogava um tal de Pat Ewing, que também viria a ser uma lenda da NBA).



Quando, em 1984 e após a conquista do ouro olímpico, entrou para os Chicago Bulls e para a NBA (onde “reinavam” Larry Bird, dos Boston Celtics, e Earvin “Magic” Johnson, dos Los Angeles Lakers), Michael “electrizou” os EUA de imediato – naquela altura, a liga ainda vivia uma época de recuperação financeira encetada pelo comissário David Stern (que hoje ainda se mantém no cargo) e não era assim tão popular na Europa, Ásia ou América do Sul.

Mas, embora os prémios individuais se sucedessem nesses primeiros anos (rookie do ano, melhor marcador, campeão do concurso de afundanços, melhor jogador defensivo, melhor jogador da época regular, melhor jogador do jogo das estrelas - “All-Star”), Michael sabia que o maior degrau ainda se lhe deparava: levar os Chicago Bulls ao título.

Na vertente de marketing e publicidade, tudo corria pelo melhor com as bebidas energéticas da Gatorate, os cereais matinais da Wheaties e, acima de todos, com os sapatos da Nike, empresa com a qual ele tinha até desafiado o status-quo da NBA, ao usar sapatilhas que não tinham a cor branco como a lei de então obrigava (eram vermelhas e pretas, cores dos Bulls); por cada noite em que usava as sapatilhas, Michael enfrentava uma multa de 5000 dólares, mas a Nike viu aqui um grande potencial de retorno, não só pagando as multas sucessivas (a época da NBA tem 82 jogos!) mas criando, ao mesmo tempo, uma colecção de anúncios onde o sapato proibido aparecia com uma cruz cinzenta e, sem referência à Nike, apenas aparecia a indicação “$5000 de multa por jogo”.

Desde esse momento, os sucessivos modelos Nike Air Jordan (um por cada ano) tornaram-se objecto de culto e, com o tempo, best-seller à escala global.

Nas ruas, miúdos e graúdos calçavam e vestiam “Air Jordan”, sabiam de cor as suas estatísticas, melhores jogadas, detalhes da vida pessoal, tudo o que se possa imaginar sobre um ícone, e assim se tornava comum ouvir dizer: “I wanna be like Mike!” (eu quero ser como o Mike!).

Entretanto, dentro do campo, os Bulls cresciam e só faltava ultrapassar os “Bad Boys” de Detroit para a desejada viagem às Finais da NBA. Depois de eliminações por 4-2 e 4-3 em 1989 e 1990 (eliminatórias à melhor de sete jogos), Michael Jordan e os Bulls vingaram as sucessivas derrotas com um claro 4-0 em 1991 nas Finais da Conferência Este... as Finais da NBA tiveram pouca história e os jovens Bulls “atropelaram” os Lakers por 4-1, com a curiosidade de saírem de Chicago com a eliminatória empatada 1-1, vencerem os 3 jogos em Los Angeles e aí festejarem o primeiro título.

Em 1992 (4-2, contra Portland) e 1993 (4-2, contra Phoenix), Chicago voltou a triunfar e os três títulos consecutivos ficaram ao nível de feitos apenas conseguidos pelos Celtics (8 consecutivos) e Lakers (3 consecutivos), esses antes de 1966.


Pouco depois da conquista desse “three-peat” e da morte trágica do seu pai, James (assassinado por 2 assaltantes que lhe roubaram o carro), Michael anunciou que se retirava do basquetebol para buscar novas motivações, novos desafios, nomeadamente no baseball, sua paixão de infância, ou mesmo no cinema, com a presença em “Space Jam” onde, com a ajuda de Bugs Bunny e os demais Looney Tunes, consegue salvar a Terra de ser tornada prisioneira de um civilização extra-terrestre.

Quanto aos três títulos consecutos, até hoje, só uma equipa repetiu o feito... os Chicago Bulls de Michael Jordan – regressado após 18 meses de ausência – entre 1996 e 1998 (uma vitória sobre Seattle e duas sobre Utah, todas por 4-2), numa altura em que muitos o consideravam já velho (conquistas entre os 33 e 36 anos), algo que ele soube contrariar, inclusivamente conseguindo o melhor recorde de sempre de vitórias numa época, com o fantástico 72-10 de 1996, recorde que ainda perdura.

A pressão, nesses três anos, foi enorme sobre Michael, sobre o treinador Phil Jackson e sobre toda a equipa, que agora incluía três ex-Bad Boys, com o notável e excêntrico Dennis Rodman à cabeça (a absorção deste foi um desafio adicional, até porque, além da personalidade sui generis, Rodman era odiado em Chicago por ter cometido alguns excessos contra Scottie Pippen dentro de campo, enquanto jogador de Detroit).

Mas não só isso, também se sabia que Michael Jordan gostava de jogar (os media falavam que ele seria viciado em apostas e casinos) e inclusive, numa véspera de jogo em Nova Iorque, Michael teria sido visto a jogar em Atlantic City (a Las Vegas da costa este) e sido altamente criticado por não dar o exemplo. É claro que isto era o que ele adorava, desafios todos os dias... a resposta foi simples e silenciosa: 54 pontos em pleno Madison Square Garden e mais uma vitória dos Bulls.

Depois desses três anos, a fatiga era notória (mais até ao nível pessoal que profissional) mas a nova viagem até ao mundo da reforma acabou por durar pouco mais do que três anos, porque Michael, após esse tempo mais afastado de todo o mediatismo que o envolvia antes, ainda tinha sede de mais, ainda via novos desafios, novo degraus para subir na sua vida.

Decidiu então, em 2001, juntar-se aos Washington Wizards, doando o seu salário para uma organização de apoio a vítimas do 11 de Setembro.



Durante as duas épocas numa das piores equipas da NBA, Michael continuou a ser o competidor voraz, crítico dos colegas que não se atiravam para o chão para recuperar uma bola ou que não chegavam a horas aos treinos e eram os primeiros a sair; ele, como já todos sabiam, dava sempre tudo por tudo, mesmo numa equipa que não conseguia sequer passar aos Playoffs, foi o melhor marcador da equipa nesses dois anos e o único jogador com mais de 40 anos a conseguir marcar mais de 40 pontos num jogo (também tem o recorde de ser o jogador mais velho da NBA a conseguir 50 pontos num jogo, algo que conseguiu 2 meses antes de completar 39 anos).

Desde a sua reforma definitiva em 2003, o seu sucesso empresarial tem sido notável (as marcas “Air Jordan” e “Jumpman” continuam a vender muitíssimo bem e vários actuais jogadores da NBA as usam), tendo já sido capa da Forbes e Fortune, após passar a barreira dos 100 milhões de dólares de riqueza pessoal.

Os desafios não param para Michael Jordan, que quer transformar a equipa do seu estado natal, os Charlotte Bobcats, numa equipa de topo (ainda falta muito para isso, até porque a equipa bateu o ano passado o recorde de pior registo percentual de vitórias/derrotas com apenas 10% de vitórias, pior que os 11% dos 76ers de 1973), mas isso não o deterá, é certo.

E é nesta perspectiva actual que é homenageado, em dia de “All-Star Game”, pelos seus 50 anos de vida.

Agora, como há 25 anos atrás, o “I wanna be like Mike” mantém-se actual, inspirador e sinónimo de ânsia pelo desafio, pela auto-superação, pelo sucesso.

Parabéns, Michael Jordan... conta muitos!


NOTA: este texto corresponde ao draft de um artigo escrito para o P3 do Público que, por razões editoriais, não poderia ter um conteúdo tão extenso. Esse artigo está disponível em:
http://p3.publico.pt/actualidade/desporto/6728/quero-ser-como-o-mike


2012-01-06

Van Halen em regresso intimista...

Uma das bandas com maior legião de seguidores nos EUA e que conta com uma das maiores lendas vivas da guitarra está finalmente de volta.

Contando uma vez mais, ao fim de 27 anos, com o poeta urbano, mas não menos flamboyant que outrora, David Lee Roth, para gravar um álbum completo de originais (depois das duas músicas gravadas em 1996), a banda está de volta, também com uma tournée "à porta".

A edição do álbum está agendada para o próximo mês de Fevereiro, mas a banda já mostrou um pouco do que vão ser os espectáculos. Escolheu um bar intimista em Nova Iorque, o "Cafe Wha?", para um mini-concerto que deixou 2 centenas de fãs maravilhados.



Sem o baixista original, Michael Anthony (agora, com Sammy Hagar, nos "Chicketfoot") mas com Wolfgang Van Halen (filho de Eddie Van Halen), a banda faz jus ao slogan que David apresentou na tournée 2007 e 2008:
"Three quarters original, one quarter inevitable!".

Um som novo, mas remnisciente do que era a banda até 1985, deliciou os novos e velhos fãs, todos ávidos de ver o frontman preferido da enorme legião.

O setlist da noite foi:

  • You Really Got Me
  • Runnin’ With The Devil
  • Somebody Get Me A Doctor
  • Everybody Wants Some
  • She’s The Woman
  • Dance The Night Away
  • Panama
  • Hot For Teacher
  • Ice Cream Man
  • Ain’t Talkin Bout Love
  • Jump
A tournée já está definida para os EUA e Canadá e espera-se que a banda atravesse o Atlântico para uma visita à Europa. O álbum, "A Different Kind of Truth", estará disponível a partir de 7 de Fevereiro.




Lista de músicas:
  1. Tattoo
  2. She’s The Woman
  3. You and Your Blues
  4. China Town
  5. Blood and Fire
  6. Bullethead
  7. As Is
  8. Honeybabysweetiedoll
  9. The Trouble With Never
  10. Outta Space
  11. Stay Frosty
  12. Big River
  13. Beats Workin’
O primeiro single já tem video e está disponível no canal YouTube da banda:





A espera está a terminar.

2011-12-28

Simpson looping

Isto não se faz...



Jerome Simpson (Bengals), no seu melhor touchdown de carreira, num jogo em que venceram os Cardinals por 23-16.

Fonte: CBS

2011-07-23

Ciclistas simpáticos também ganham o Tour de France

Para variar, não será um "tubarão" a vencer o Tour de France.

Dois ciclistas simpáticos, Cadel Evans e Andy Schleck - daqueles que, reconhecidamente, são menos agressivos embora igualmente talentosos - tornaram-se os principais favoritos à vitória no Tour de France de 2011.




Não será como no ano passado, em que Alberto Contador aproveitou uma falha mecânica na bicicleta de Andy Schleck para lhe ganhar uns decisivos 39 segundos [link] na subida de Port de Bales.

Não será como em tantas situações, em que Lance Armstrong pôs o "comboio da US Postal" (e, depois, "Discovery") ao seu serviço para dizimar a concorrência (nomeadamente, Jan Ullrich), ou mesmo em iniciativas individuais, como na edição do centenário, em 2003, em Luz-Ardiden, quando após a sua queda e de Iban Mayo provocadas pela alça de uma sacola de um espectador, aproveitou a perda de ritmo dos que por ele esperaram [link] para os passar, lançar um ataque e ganhar 40 segundos (tendo ainda a "subtileza" de, quando entrevistado, dizer que não sabia se Julich, Zulbeldia e Ullrich tinham esperado).

Não será como nos anos em que Bernard Hinault não olhou a meios para derrotar Greg Lemond ou Laurent Fignon, nem como nos anos em que "O Canibal" Eddy Merckx dominou a prova raínha do ciclismo.

Em 2011, e após umas etapas inócuas nos Pirinéus e ausência de um contra-relógio individual intermédio (parecia um TdF a "defender" Andy Schleck de Alberto Contador), os Alpes trouxeram a emoção que a prova merece.

E as duas diferenças foram:
  • a aparente baixa de forma do vencedor do ano passado (só no Alpe d'Huez lançou um ataque decisivo, mas que não lhe deu a etapa, nem mais do que 40 segundos sobre a concorrência, insuficientes para colmatar os quatro minutos de atraso que trazia do "camisola amarela" Thomas Voeckler e três dos outros candidatos);
  • a equipa BMC (muito mais bem composta que as antecessoras, com George Hicapie e Marcus Burghardt - fica também o "recado" para a T-Mobile, que nunca soube fazer como a US Postal ou "esta" BMC, sucessora da Lotto, e pôr uma equipa inteira ao serviço de um só líder) e o seu chefe de fila, o australiano Cadel Evans, que conseguiu minimizar as perdas na montanha face aos "trepadores" natos (um pouco à imagem de Miguel Indurain) e capitalizar no que é o seu forte, a corrida solitária contra o cronómetro.




Assim, para hoje, estava agendado um contra-relógio de 42Km com partida e chegada em Grenoble, onde Andy Schleck tinha a missão de defender a "amarela" conquistada na véspera, com os 53 e 57 segundos de avanço para o seu irmão Frank e para Evans, respectivamente.

Ao contrário de 2008, quando houve semelhante hipótese face a Carlos Sastre, o australiano não vacilou e, em pouco mais de 16Km, já era "camisola amarela virtual", pondo a pressão toda em Andy Schleck, que via a sua previsão de que só haveria um Schleck no pódio de Paris, mas de amarelo [link], sair completamente ao contrário... os irmãos luxemburgueses terão, de facto, a tarefa penosa de ladear o vencedor.

O facto de, tão rapidamente, perder a "amarela", fez com que Andy Schleck fizesse um contra-relógio muito fraco, muito pior do que fez contra Alberto Contador no ano passado e, inclusive, pior do que o de Frank; imediatamente, Andy reconheceu o mérito da vitória [link] de Cadel.

A vitória de Tony Martin, com 7 segundos de avanço de Cadel Evans, colocou este último de "amarelo" à entrada para a última etapa.

A vantagem que tem é de 1m34 sobre Andy e de 2m30 sobre Frank, o que o coloca a salvo de um ataque de última hora, pelo que só uma queda ou situação inesperada e inédita lhe poderiam tiram a merecida vitória.

Em quarto lugar, ficará um francês, Thomas Voeckler, que "carregou a camisola amarela" muito para além do que se poderia esperar e, em quinto, o vencedor do ano passado, Alberto Contador.

Os parabéns para o vencedor e, se não for pedir muito, que a ASO (a Amaury Sport Organization, organizadora do evento) pense num Tour mais interessante para 2012, para que a emoção comece logo na primeira semana, e não apenas a 4 etapas do fim. Os adeptos agradecem.

2011-06-27

River Plate, a merecida sentença

Para os mais distraídos (ou apenas interessados nos títulos de notícias), foi apenas ontem que o "histórico" River Plate desceu à segunda divisão argentina, ao empatar a 1 golo com o Belgrano, recém-promovido.

De facto, esta sentença foi amplamente merecida pelos resultados mais recentes, embora (apenas) executada ontem, perante 60.000 fanáticos e incrédulos adeptos que esperavam uma "redenção", no imenso e lotado Monumental de Buenos Aires.

A decadência do River deu-se a partir de 2008 quando, logo após a sua vitória no Clausura, fica em último lugar da tabela no Apertura desse ano, algo inédito na sua longa história.



Nem foi a época 2010/11 que foi a mais negativa para o River (4º em 20 clubes no Apertura 2010 e 9º no Clausura 2011, 6º no total da época, o que até lhe daria acesso à Copa Sudamericana se não fossem despromovidos), mas a classificação acumulada (designada de "Tabla de descenso") mostra que os últimos 6 torneios somados foram demasiadamente maus para serem verdade.

Explicando o sistema de subidas e descidas, a classificação é definida pela média de pontos por jogo de cada um dos 20 participantes nas últimas 3 épocas (38 + 38 + 38 = 114 jogos). No final de cada época, descem os dois piores e vão a um Play-Off os dois acima, defrontando o 3º e 4º do segundo escalão.

O River estava acima da linha de água a 5 jornadas do fim e precisava de fazer 5 ou 6 pontos nesses jogos, para ficar à frente do Tigre ou do Olimpo.

À 16ª Jornada, um nulo em casa do Olimpo deixou tudo na mesma.
À 17ª, novo empate, desta vez em casa e a um golo, face ao Colón.
Repetiu-se o resultado (1-1), na 18ª, no difícil campo dos Estudiantes.
Para a 19ª Jornada, a "redenção" estava ao alcance, bastando uma vitória em casa sobre o Lanus, em pleno Monumental... mas a derrota por 1-2 "atirou" o River para o Play-Off, ficando em 17º com uma média de 1,236 pontos por jogo (41 + 43 + 57 pontos), atrás do Tigre e do Olimpo, ambos com 1,263.

No topo da classificação, Velez Sarsfield (vencedor do Clausura 2011) com 1,833 seguido do Lanus com 1,736 e Estudiantes de La Plata (vencedor do Apertura 2010) com 1,728 são as equipas mais regulares, sendo que o quarto classificado neste ranking já está abaixo do 1,500; o outro histórico, o Boca Juniors, encontra-se a meio da tabela com 1,412 de média.



Neste cenário, chegado o desempate a duas mãos, e dado ter uma melhor média que o seu adversário, bastava ao River empatar a eliminatória com o Belgrano. Mais uma vez, aos "milionários", pedia-se "só" uma performance mediana face ao 4º classificado da segunda divisão para evitar a descida.

Mas nem assim.

Após a derrota fora por 0-2, o River "entrou a todo o gás" na segunda mão, marcando um 1-0 aos 5 minutos e tendo, mais uma vez, a "redenção" ali tão perto.
Veio o 1-1 e o River voltou à carga... mas após o desperdício de um penalty, ficou claro que não haveria "redenção", que a "descida ao inferno" seria uma realidade.



E os adeptos nem quiseram ver até ao fim... o jogo foi interrompido no últmo minuto devido ao ambiente tumultuoso que já se vivia nas bancadas e que foi transportado para as ruas da capital, onde cerca de 70 feridos e 50 detidos houveram a reportar.





Para o Apertura 2011, apenas haverão 2 clubes que se mantêm totalistas da primeira divisão argentina: Boca Juniors e Independiente... o River Plate perdeu o estatuto.

2010-10-15

A chicotada psicológica

Até prova de contrário, a "chicotada psicológica" funcionou.

O organismo que gere as Selecções Portuguesas de Futebol e Futsal elegeu e contratou para Seleccionador Nacional da equipa principal o treinador Paulo Bento, após a cessação do contrato com o (agora) ex-Seleccionador Carlos Queiroz.

Só num mundo de ilusão se pode pensar que "passar de bestas a bestiais" é algo que pode acontecer instantaneamente. Mas o adepto português está, de facto, a viver essa ilusão.

Após o "namoro" com José Mourinho (e do excelente e apaixonado/apaixonante texto publicado pelo treinador do Real Madrid), ficou certo que a FPF (essa entidade que viu suspenso em Abril último o estatuto de "Entidade de Utilidade Pública" por período de um ano) teria de partir para uma solução definitiva que não a solução transitória que primeiramente foi tornada pública.

Todos esperamos que Paulo Bento não tenha sido uma segunda escolha.

O que é facto é que duas vitórias claras por 3-1 colocaram a Selecção Nacional na corrida pelo apuramento (directo ou não) para o Euro 2012.

(c) Jornal de Notícias

Se nos focarmos no que realmente aconteceu, em termos de equipa utilizada, podemos enunciar:

- no terceiro e quarto jogos da qualificação, o "11 inicial" da Selecção foi: Eduardo (G); João Pereira (DD), Pepe (DC), Ricardo Carvalho (DC), Fábio Coentrão (DE); João Moutinho (MC), Raúl Meireles (MC), Carlos Martins (MC), Nani (MAD), Cristiano Ronaldo (MAE) e Hugo Almeida (A).
- as posições onde jogaram outros jogadores, nos dois primeiros jogos, foram: (DD) Sílvio e Miguel, (DC) Bruno Alves, (MC) Manuel Fernandes, Miguel Veloso, Tiago, (MAE) Danny e (MAD) Ricardo Quaresma.

Na verdade, os dois primeiros jogos trouxeram resultados inéditos (pela negativa) na história da Selecção Nacional, mas será que foram as mudanças feitas dentro de campo que fizeram toda a diferença?

Fizeram diferença, sim.
Toda a diferença, não.

Não por uma questão simples de melhores qualidades futebolísticas, mas porque, em dose equilibrada, "injectaram" uma nova energia e motivação em todos os jogadores seleccionados... um novo começo, uma nova hipótese de mostrar a uma nova pessoa/treinador e equipa técnica que "sou" (este "eu" é dos jogadores) um jogador com qualidade para jogar, independentemente do que aconteceu no passado.

Como já foi referido por muitos, e dá-se como exemplo a entrevista que o jornal "A Bola" fez a Vítor Baía, "(...) nestes dois jogos, os jogadores deram imagem mais próxima do que valem e mais reveladora. Jogar por Portugal representa sempre um grande estímulo. Foram duas finais ganhas (...)".

Certo, psicológicamente, houve uma explosão de energia.
Aaahhhh... então é daí que vem a expressão "chicotada psicológica" !

Nem mais. Foi isso mesmo.

Enquanto adepto de futebol (e da Selecção Nacional), todos deveriam ter ficado com a sensação de que há uma dívida de gratidão por saldar com Carlos Queiroz, Agostinho Oliveira e suas equipas técnicas.

Hostilizámos (FPF, imprensa, adeptos...) pessoas que defenderam os interesses da Federação e que vivem dependentes de resultados (ai se isto acontecesse nas empresas... havia "chicotadas" todos os anos!).

O facto do agora ex-Seleccionador ter tido uma atitude proteccionista e de excesso de zelo no que diz respeito a controlos anti-doping tornou-o 'persona non grata' na FPF, quando deveria ter sido esta entidade a primeira a defendê-lo, mesmo compreendendo que tem de se aceitar a punição prevista na Lei.

O facto de as coisas terem corrido mal ao substituto interino (o que poderia nem ter sucedido, se o nosso guarda-redes não tivesse, literalmente, oferecido um golo em cada um dos dois primeiros jogos) não o desmerecem e a FPF deveria ter defendido e agradecido em alta-voz a disponibilidade e dedicação manifestadas.

Mas, muito infelizmente, não aconteceu.

E o que podemos dizer de uma organização que "não defende os seus"?
Só anda "a toque de chicote".

É um pouco a imagem do futebol português...

2009-12-21

Erro de observação, ou de critério ?

Perdoem-me a imodéstia, mas hoje vou conseguir provar que o assunto mais importante do Benfica-Porto não foi criteriosamente observado, como deveria, por quem de direito. Aliás, neste aspecto, trata-se da constatação de algo que frequentemente acontece no jornalismo nacional (desportivo e não só).

Este fim-de-semana futebolístico foi vermelho.
Só o mais desatento, ou porventura desinteressado, não saberá que o Benfica venceu o Porto em futebol (1-0, mas também em basquetebol por 78-72), tendo goleado o Freixieiro (10-1) em futsal.



Voltando à variante de 11 e mudando um pouco de tom de vermelho, o Sp. Braga é, pela primeira vez no seu historial, coroado "Campeão de Inverno" ao chegar ao final do ano de 2009 no primeiro lugar do campeonato, fruto de 10 vitórias, 3 empates e apenas 1 derrota, registo igual ao do Benfica, relegado para segundo pela derrota (0-2 em Braga) no confronto directo.

Com tanto assunto positivo para comentar, com tantas incidências desportivas para esmiuçar, com um clássico que foi um bom jogo de futebol, teve duas equipas que lutaram para ganhar, esgrimindo os seus argumentos num campo que também se foi tornando obstáculo com o decorrer do jogo e que tanto deu para ver e comentar, os "nossos" canais de televisão, postos de rádio, sites online e jornais desportivos conseguiram não ver o que melhor deveriam ter observado.

Infelizmente, porém, o jornalismo desportivo em Portugal está em vias de extinção, moribundo, quase morto e defunto.

Quem viu o rescaldo do jogo terá ficado com a ideia que os dois eventos mais importantes da noite terão sido o golo de Saviola e o que se passou no túnel. Principalmente o que se passou no túnel, porque a única pergunta em comum a todos os que estiveram no "Flash Interview" foi exactamente essa.

Quem começou ?...
O que se passou ?...
Mas um dos agressores era suplente e foi expulso ?...
Houve sangue ?... (esta última é da minha autoria, perdão!)

De facto, os veículos da notícia (jornalistas e mass media) não são hoje veículos de verdade, são transportadores de pequenos flashes (remotamente parecidos com notícias) que visam colar o telespectador ao sofá, na esperança que por ali fiquem ininterruptamente durante jogos e intervalos (cada um com N anúncios a prendas de Natal capazes de fazer mais dano ao bolso do português do que qualquer Orçamento Rectificativo ou Acordo de Concertação Social).

Num jogo em que, para os profissionais que o acompanharam, o cartão amarelo ao David Luiz foi igual ao do Christian Rodriguez ou a "bola na mão" do Cardozo foi igual à “mão na bola” do mesmo Christian, era esperado que não vissem o que realmente se passou.

E o que se passou foi um erro de observação da equipa de arbitragem que não interrompeu a jogada que daria o golo solitário do jogo.
E o que se passou foi um erro de critério de todos os jornalistas que passaram tempos infindáveis a falar "disto e daquilo" e não se focaram no que é mais importante.

De facto, na jogada que precede o golo, em que Alvaro Pereira evita o golo de Cardozo, quando a bola é lançada da para a área, Saviola chega a tocar nela antes do toque de calcanhar de Urreta. No momento em que Saviola toca ao de leve na bola, Urretavizcaya está completamente fora-de-jogo.



Não é estranho que o árbitro auxiliar não tenha visto, dado que o toque de Saviola é mínimo, o mesmo se passando para o juiz principal.

O que é estranho é que a tantos "olhos de lince", tantas "mentes iluminadas", tantos "proeminentes comentadores" que passam horas a escalpelizar detalhes decisivos, tenha escapado tamanho pormenor.

O que fica provado é que o Benfica e o Porto são duas boas equipas de futebol que falham ocasionalmente; o que fica provado é que estas e outras equipas portuguesas têm bons jogadores que erram regularmente; o que fica provado é que temos bons árbitros que se enganam todos os fins-de-semana.

Mas a todos estes, dou o benefício da dúvida... têm de decidir no momento, estão sobre a pressão de milhares de olhos ao vivo e milhões em casa. Trabalham durante toda a semana para decidirem o futuro em 90 minutos, são avaliados ferozmente... num dia são "zeros", no outro "heróis".

Quanto aos jornalistas, não se pode ser tão benevolente.
Uns vão mal preparados, outros não percebem do assunto, muitos tratam muito mal a Língua Portuguesa e falam sem qualquer conhecimento de causa (se o tivessem, eram treinadores!), quase nenhum se sabe colocar perante uma câmara... enfim, um rol de incompetências de bradar aos céus. Mas a culpa não é só deles... é, claramente de quem os coloca lá, de quem faz deles "tartarugas num poleiro".

Resultado justo e claro.
Mais uma vez, o Futebol "goleia" o Jornalismo.
Futebol 3-0 Jornalismo.

2009-05-30

Rodney Rogers - do céu ao inferno !

Foi um grande marcador de pontos na NCAA e um bom jogador na NBA, mas hoje em dia trava lutas bem longe (e diferente) dos campos de basket.



Impressionante.

2009-05-24

O fim-de-semana do major...

Boavista e Gondomar descem da Liga de Honra (Liga Vitalis) para a II Divisão.

O crime não compensa...
A mentira tem perna curta...

2009-04-24

Last.FM a pagar ?

Aprendi uma palavra nova recentemente... scrobbling.

Last.FMUm amigo meu apresentou-me ao mundo das 'tag radios' e eu achei interessantíssimo; fiz o 'download' de um programita levezinho e pus-me ouvir músicas da minha esfera de interesses musicais.

Descobri muita coisa parecido com o que já gostava, muita coisa completamente nova e muita coisa desconhecida de bandas e artistas que já conhecia. Tudo graças ao 'scrobbling' do Last.FM.

Mas, desde há uns dias, paga-se.
Para mim, acabou-se.

Rádio é grátis. Tem que ser !...

2009-04-08

Azul-e-branco... ao alcance de poucos !

Ao fim de noventa minutos no "Teatro dos Sonhos", os tri-campeões nacionais ganharam vantagem sobre os bi-campeões ingleses e actuais campeões europeus e mundiais. A vantagem é tenue e não dá margem para erro, mas se no Dragão o jogo acabar como começar, o Porto seguirá para as meias-finais da Champions.



O jogo de Manchester esteve ao alcance de poucos, diria mesmo, ao alcance de mais nenhuma equipa portuguesa. Com ilustres desconhecidos e muita inexperiência destas andanças, a equipa portuguesa esteve sempre mais perto de marcar do que de sofrer e, não fora uma oferta de Bruno Alves (novamente a provar que só "dentro de portas" é um jogador autoritário e confiante), e as contas da eliminatória poderiam estar muito mais bem encaminhadas.

Fôra este um jornal desportivo e escrever-se-iam parágrafos sobre o penalty claro cometido sobre Hulk com o resultado em 1-1, mas deixemos isso para outros comentarem.

O espectáculo foi dado por heróis improváveis como Fernando (ex-Estrela da Amadora), Cissoko (ex-Vitória de Setúbal), Hulk (ex-Tokyo Verdi da 2ª Divisão japonesa), Rolando (ex-Belenenses)... e outros mais experientes e com melhor pedigree, como Lucho Gonzalez (ex-River Plate), Raul Meireles (formado no clube), Lizandro Lopez (ex-Racing), Christian Rodriguez (ex-Benfica).

Os visitados, surpreendidos, tiveram em Wayne Rooney, Van der Saar e Jonny Evans os melhores interpretes de um jogo em que nunca o Man Utd foi "mandão" ou subjogou o seu adversário.

Os comandados de Jesualdo Ferreira marcaram dois golos de bola corrida, um "a abrir" por Chrisitan Rodriguez e outro "a fechar" por Mariano Gonzalez, rematou mais, controlou mais (oferecendo o domínio aos red devils) enquanto os de Alex Ferguson marcaram em dois erros de Bruno Alves, numa oferta para Rooney e num outro lance (de arremesso lateral) em que se atrasou na cobertura na linha de pequena área, permitindo um toque de calcanhar à vontade, para depois aparecer Tevéz a antecipar-se em sprint a Rolando.

Muito por mérito dos "azuis-e-brancos", Cristiano Ronaldo foi praticamente um factor zero, trabalhador e muito marcado, não sobressaiu, como sempre se lhe exige.

Foi justo o resultado, lisongeiro para os da casa que, apesar de tudo, tiveram o pássaro na mão e o deixaram voar. É verdade que, neste aspecto, a sorte protegeu os audazes e o Porto, a perder pela primeira vez aos 85m, soube procurar e ter a estrelinha de marcar o empate, que os coloca na frente da eliminatória.

Parabéns aos bravos e que a viagem os leve até Roma.

2008-09-18

Livre e Vermelho (Free and Red)

Dois dos últimos fenómenos musicais de origem cibernética em terras lusas são vozes femininas; com trabalhos, origens, métodos e estilos diferentes, apareceram como uma lufada de ar fresco: Rita Redshoes e Ana Free.

Rita Pereira, de seu nome, a.k.a. Rita Redshoes no universo musical, aparece na cena musica em 1996 como baterista no grupo de teatro Ita Vero, sendo que no ano seguinte já era vocalista dos Atomic Bees (banda que acaba por gravar uma versão de 'Perfect' dos Fairground Attraction, que viria a marcar presença na colectânea "Optimus 2000 - Novos Talentos".

Rita RedshoesMais tarde tocou baixo no grupo Rebel Red Dog, tocou piano e cantou no projecto Photographs e a partir de 2003 tornou-se a teclista de serviço na banda de suporte de David Fonseca, com quem interpretou o tema 'Hold Still', do álbum "Our Hearts Will Beat As One", o segundo na carreira do antigo vocalista dos Silence 4.

Em 2007, o imaginário do filme "O Feiticeiro de Oz" e o clássico 'Let's Dance' de David Bowie inspiraram-na a adoptar o nome de Rita Redshoes. Na mesma altura começa a alinhavar o seu primeiro álbum em nome próprio e dá a conhecer o single 'Dream On Girl', incluído na colectânea "Novos Talentos - FNAC 2007" e considerado, por alguns órgãos de comunicação, um dos melhores desse ano.

Com a edição de "Golden Era", os temas "Dream On Girl", "Hey Tom", e "The Beginning Song" passam a estar disponíveis para todos os (atentos) seguidores da cantora de Loures.



Ana Gomes Ferreira, a.k.a. Ana Free, é uma cantora e compositora que apareceu na cena musical directamente via YouTube.

Começou a escrever e a tocar aos 10 anos e o facto de se ter mudado para Inglaterra para estudar Economia não a afastaram da sua paixão musical.

No verão de 2007 apareceu pela primeira vez na TV portuguesa, apresentando Crazy, uma das suas composições. O seu primeiro single, In My Place, editado em 2008, foi o percurssor de uma promissora carreira, a qual terá confirmação com o lançamento do seu álbum de estreia.

2008-08-08

XXIX Olimpíadas - Pequim '2008

Espera-se o melhor. De todos os atletas. Da Organização. Do público. Dos anfitriões (ver maquete do ninho do pássaro).

o ninho do pássaro

Espera-se o melhor. Da comitiva portuguesa.
Nunca houve tão grande expectativa em relação a uma comitiva olímpica e, para Pequim 2008 (ou Beijing 2008) esperam-se várias medalhas... pelo menos, as de Vanessa Fernandes, Naíde Gomes, Telma Monteiro e Nélson Évora.

Quem não tem na memória a fuga de Carlos Lopes em 1984 ?
Quem não tem na memória o sorriso de Rosa Mota em 1988 ?
Quem não tem na memória a ultrapassagem de Fernanda Ribeiro (à incrédula Wang Jun-Xia) na reta final dos 10000m em 1996 ?

Para acrescentar novas memórias, às 8h08m da noite do dia 08.08.2008 (em Portugal, 13h08m), ligue-se à televisão (se não tem lugar no Estádio Nacional de Pequim) e veja a cerimónia de abertura das XXIX Olimpíadas da Era Moderna.

2008-08-07

The Police... adeus !

Trinta anos depois, uma última tournée de 50 concertos que passaram por quase todo o mundo, Portugal incluído, os The Police disseram o adeus definitivo num dos míticos palcos... o Madison Sq Garden de Nova Iorque.

the police... 2007

O alinhamento do último concerto (ou setlist, se preferirem) não foi muito diferente do resto da tournée e abarcou toda a carreira da banda, desde que começaram a ganhar alguma notoriedade no Reino Unido no final dos anos 70, quando Stewart Copeland (baterista) fundou a banda com Gordon Sumner (baixista, mais conhecido por Sting), Henry Padovani (guitarrista, que saíria da banda pouco mais tarde) e aos quais se juntou Andy Summers passados poucos meses, ainda em 1977.

Quem esteve presente, viu e ouviu Elvis Costello como special guest antes de Sting, Summers e Copeland subirem ao palco; depois, os ingredientes para a festa foram sucessivamente:

Message In A Bottle
Walking On The Moon
Demolition Man
Voices Inside My Head
When The World Is Running Down
Don't Stand So Close To Me
Driven To Tears
Hole In My Life
Every Little Thing She Does Is Magic
Wrapped Around Your Finger
De Do Do Do, De Da Da Da
Invisible Sun
Can't Stand Losing You
Roxanne
King Of Pain
So Lonely
Every Breath You Take
Next To You

Pois, após as (novas) despedidas, we bid you "goodbye!" e esperamos pelo DVD da tournée, que junto ao dos Genesis (já editado), Led Zeppelin e Van Halen (a editar) serão valiosos objectos de colecção por quanto históricas foram estas reuniões.

Até sempre !

2008-06-30

Gracias por el futbol !!!

Obrigado pelo futebol !!!
É o que podemos dizer a nuestros hermanos.

Sem euforias pelas vitórias sucessivas (ao contrário da Holanda ou Croácia), com grande rigor defensivo (ao contrário de Portugal), com os melhores jogadores a serem os anti-estrela (como são o Xavi, o Iniesta e o Fabregas - três catalães), a Espanha sagrou-se, com ampla justiça e de forma invicta, campeã europeia de futebol.

Fê-lo, pela segunda vez no seu historial, após 24 anos sem presenças em finais (desde o célebre "frango" de Arconada num livre directo de Platini em pleno Parque dos Príncipes) fê-lo também com inegável categoria e superioridade.

Por isso, muito obrigado.

Temos de estar agradecidos por terem sido os melhores a ganhar, por terem sido eles a vetar a vitória de uns pragmáticos mas demasiadamente cinzentos alemães (com os quais teremos ainda de aprender qualquer coisa...).

Temos de estar agradecidos (e lembrar-mo-nos) por nos mostrarem que "comboios de entuaiasmo" (como os em que a Holanda e Rússia embarcaram) têm sempre viagens curtas e abreviadas pelos que mantêm os pés assentes em solo firme. E nuestros hermanos "despacharam" os russos duas vezes e sem reticências... 4-1 e 3-0.

Temos de estar agradecidos (e manter presente) que "as luzes da ribalta" ofuscam e toldam a visão; na próxima época, lá teremos os trabalhadores do costume a darem tudo dentro de campo (e não apenas quando o golo está à vista)... além dos já mencionados Xavi, Iniesta e Fabregas, a lista é enriquecida por nomes como Sérgio Ramos, Capdevilla, Puyol, Xabi Alonso, David Silva, Cazorla, Marcos Senna ou Guiza. Lá atrás, o jovem "veterano" Casillas.

Mas não digamos bem só dos vencedores (quais convivas a dizerem bem de um defunto apenas pela razão de que acabou de falecer). Beckham e Gerrard de fora...Houve vários outros jogadores em destaque que merecem menção honrosa, como sejam Ashvavin (Rússia), Kolodin (Rússia), Pavlyuchenko (Rússia), Larson (Suécia), Emre (Turquia), Altintop (Turquia), Tuncay (Turquia), Nihat (Turquia), Deco (Portugal), Petit (Portugal), Moutinho (Portugal), Bozingwa (Portugal), Ballack (Alemanha), Schweinsteiger (Alemanha), Podolski (Alemanha), Modric (Croácia), Ribéry (França), Buffon (Itália), Pirlo (Itália), Van Nistelrooj (Holanda), Sneijder (Holanda), lamentando-se ainda as ausências de Rosicki (Rép. Checa) e Nesta (Itália).

Pelo comprimento desta lista (e de algum nome que, por lapso, terei deixado de fora), vê-se claramente que este Euro 2008 foi muito mais do que a vitória da Espanha. Bons jogos, bons jogadores, bons espectáculos.

É pena que as selecções organizadoras tenham pouca qualidade futebolística (até hoje, apenas por uma vez, uma selecção organizadora - Bélgica em 2000 - não tinha passado à segunda fase) porque tal baixa a qualidade do torneio. As duas disseram "presente" e pouco mais, tendo ficado de fora outras que proporcionariam outro espectáculo... Inglaterra, Dinamarca, Irlanda, por exemplo.

Venha o Mundial 2010, na África do Sul, porque este Euro 2008 está entregue, e muito bem entregue.

2008-03-15

Obrigado, Camacho!

Haja quem saiba o que é honra.
Haja quem saiba o que é postura profissional.

Nas duas passagens que teve pelo Benfica, o treinador espanhol deparou-se sempre com um adversário institucional muito grande; mas, de cada vez, o adversário não foi o mesmo.



Da primeira vez, faltou dinheiro... e apareceu o Real Madrid a chamar.
Não chegaram os jogadores que o treinador pretendia e, apesar de não se fazerem omoletes sem ovos, o desempenho foi meritório (na sombra do FCP de Mourinho) e criou-se uma equipa que viria a ser campeã em 2004/05, já sob a batuta de Trapatoni.

É inquestionável que Camacho tem perfil para gerir homens (mesmo algumas primas donnas que povoam amiúde o plantel do "Glorioso") e também é indubitável que de futebol também percebe... como se viu no Mundial da Coreia/Japão, onde só vergonhosamente foi eliminado pela equipa da casa (lembram-se de dois golos limpos?) nos penalties.

Desta vez, diga-se, foi um lobby de jogadores.
Terá sido?... Mesmo ?!!!

Parece que o treinador espanhol terá alguma culpa ao aceitar a proposta de trabalho sem ter feito o planeamento da época (altura em que poderia ter definido o plantel, entre outras tarefas organizativas) e saindo antes do fim da mesma, mas...

É inadmissível que o nível de empenho que certos jogadores têm seja deixado passar em claro pela Organização. E como a Direcção não pune (nem dispensa) esses jogadores, é o homem do leme que se manifesta, indicando que o barco não tem condições para chegar a bom porto... o que é verdade, dado estarmos ainda no Inverno e a melhor perpectiva é vencer a Taça de Portugal e ficar em segundo no Campeonato (onde a luta se trava com Sporting, Setúbal e Guimarães - não por esta ordem).

Fartos de sugestões vindas da bancada, os homens que se põem ao leme do navio encarnado, depressa procuram outras margens, outros portos, outras paragens, porque o Benfica não consegue sequer manter um timoneiro nem sequer manter boas relações com os antigos timoneiros (excepção feita a Eriksson, Toni e... Camacho, vá!).

Treinadores e jogadores de grande qualidade embarcariam em qualquer projecto que não fosse minado pelas 'tricas' de atletas que querem garantir o soldo sem trabalho; creio que todos os treinadores gostam de qualidade, mas apreciam claramente a dedicação... exemplos: Claudio Pitbull (emprestado pelo Porto ao Setúbal), Christian Rodriguez (emprestado pelo Paris St-Germain ao Benfica), Grimi (emprestado pelo AC Milan ao Sporting), entre outros. Lembram-se do Kuffour a chorar após a derrota nos descontos contra o Man Utd para a final da Champions?

A este Benfica, falta com certeza a classe de jogadores como Rui Costa, mas falta igualmente a dedicação de outros como Mantorras, jogadores que cativam o público e que fazem da Luz um "inferno". Hoje, quem estremece na Luz? Quase ninguém (nem mesmo o "lanterna vermelha"). E quando o treinador é considerado um adversário (quiçá à manutenção do status quo), o lobby encarrega-se de devolver a ordem, pondo as prioridades no lugar... ou seja, a instituição em último lugar.

Sem utopia ou saudosismo, facilmente se recordam jogadores como Carlos Manuel, Veloso, Álvaro, Jonas Thern, Mozer, Amaral, Isaías ou Preud'Homme que representam diferentes eras em que, com maior ou menor qualidade futebolística, se encontravam jogadores que "deixavam a pele em campo" ou, como o Carlão disse antes de uma célebre viagem até Estugarda, o grito era: "há que comer a relva". Logo ele, sportiguista assumido.

Por tudo isto a frase "jogar à Benfica" está em desuso.
Agora, todos querem "jogar à Porto"... os resultados estão à vista.

2007-12-17

As reuniões...

Falhei !... Não consegui ver os Led Zeppelin no "O2 Arena" em Londres.

Apesar de ter feito a pré-inscição (como mais de 2 milhões de pessoas) e ter entrado em N concursos na web, fiquei em casa, sem bilhete.

Haverá uma continuidade?
Haverá um DVD?



Mas foi um óptimo ano em termos de reuniões: Genesis, The Police e Van Halen voltaram a tocar para plateias cheias e maravilharadas (não vamos falar de preços de bilhetes).

2007-07-29

Verão sobre rodas... com pronúncia espanhola !

Hoje, em Lisboa, está a chegar o Verão !...
Ainda é cedo, pouco passa das 10h, mas parece que estão já 30 graus na rua, o que não augura nada de bom (por mim, cheira-me logo a incêndios pouco casuais).

Neste contexto, e em termos de desporto, nuestros hermanos estão absolutamente on fire... principalmente Alberto Contador, Rafael Nadal e Fernando Alonso.

Apesar da tenra idade e de ser um estreante no Tour de France, Alberto Contador venceu a prova, tendo vencido uma etapa (nos Pirinéus, na difícil etapa que terminou em Plateau-de-Beille), conquistando o maillot jaune após a exclusão do então líder, Michael Rasmussen, que terá mentido à sua equipa sobre o seu paradeiro no mês antes da competição. Entretanto, o jovem espanhol (o primeiro a conquistar a camisola branca e a amarela desde que Jan Ullrich o fez em 1997) teve o mérito de conquistar tempo aos valorosos adversários (o australiano Cadel Evans, o colega americano Levi Leipheimer e ainda os compatriotas Carlos Sastre, Haimar Zubeldia e Alejandro Valverde), perdendo tempo no contra-relógio do penúltimo dia mas vencendo com todo o mérito, com a menor margem desde que Greg Lemond bateu Laurent Fignon por 8 segundos nos anos 80. Curiosamente (ou não), estiveram 6 espanhóis entre os 10 primeiros.

Quanto a "Rafa" Nadal, após a derrota na final de Wimbledon (pelo segundo ano consecutivo), final essa em que pela primeira vez alguém "obrigou" Roger Federer a um quinto set (e onde Nadal teve dois pontos de break antes de ceder por 2-6 e assim, o quinto título consecutivo para o suiço), o sobrinho do ex-futebolsita do Miguel Angel Nadal (Barcelona, Maiorca, etc.) não perdeu muito tempo a reencontrar o caminho das vitórias, voltando ao seu piso preferido (a terra batida) para vencer em Estugarda, passeando a sua classe e superioridade, derrotando o suiço Stanislas Wawrinka por 6-4 e 7-5 na final. O US Open está aí à porta (em hard court, infelizmente para Nadal) e o objectivo é, como em Wimbledon, destronar Roger Federer.

Entretanto, na Fórmula 1, o campeão do mundo Fernando Alonso "apimentou" a corrida pelo título ao vencer o Grande Prémio da Europa (conquistando 10 pontos) enquanto o seu colega e sensação do ano, Lewis Hamilton, se quedou pela décima-primeira posição, não pontuando. Como o actual sistema de pontuações permeia a regularidade (ao contrário do que se passava nos tempos de Prost, Senna, Piquet e Mansell), o título está em aberto com Hamilton (70), Alonso (68), Massa (59) e Raikkonen (52) a animarem a luta.

Talvez este mês sirva para nós, portugueses, pensarmos e reflectirmos que sermos "os maiores cá dentro de portas" vale realmente de muito pouco e que, sendo em termos de superfície e população aproximadamente 1/5 deles (ou "de ellos"), poderíamos ter 1/5 do sucesso a este nível (e a outros nívels... lembro, assim de repente, do Festival da Eurovisão). Se calhar, temos de "dar um passo atrás, para poder dar dois em frente"... processos como o Apito Dourado devem limpar quem está a mais em vez de desculpar e encobrir quem, por detalhes técnicos é comprovada e visivelmente corrupto(a), se mantém à frente de empresas e organizações (federações inclusive) "arrastando" o desporto (até como fonte de cultura) para um plano secundário (e como fonte de iliteracia, como distração marginal), mas sempre sem prejuízo dos interesses pessoais, porque esses não deixam de vender jornais, nem deixam de aparecer como primeiras notícias na nossa televisão.

Ou talvez não sirva para nada.
A vida continua lá fora...

2007-01-14

O sangue de Brecker

Já há uns tempos que não escrevia sobre música. E o que escrevo hoje não me dá prazer nenhum.

Faleceu ontem, dia 13 de Janeiro de 2007, Micheal Brecker, músico de jazz. Micheal Brecker (1949-2007)

Pois muito bem, poderão dizer que tocava saxofone tenor, mas Brecker abarcava mais do que o seu instrumento de eleição (já nos tempos de escola tinha começado pelo clarinete e passado pelo saxofone alto).

Enquanto criança que ouve música, descobri-o no álbum "City Streets" de Carole King, onde na primeira música (com o mesmo nome) sucede a Eric Clapton para um solo bem ao seu estilo.

Mas se Brecker pode ser considerado um intérprete de jazz, o mesmo não quer dizer que era sectário em relação ao estilo de música, em particular ao "inimigo do jazz", o rock.

O seu início de carreira, com uma banda chamada "Dreams" onde, para além do seu irmão Randy, estavam senhores como Billy Cobham (percurssão), entre outros. A banda só durou um ano, mas captou a atenção de outro senhor, chamado Miles Davis, que algumas vezes assistiu a gigs.

Depois de fundar com o irmão os "Brecker Brothers Band", juntou à banda mais dois senhores do jazz, nada menos que Thelonius Monk e Sly Stone. Esta banda entrava por um jazz/fusão que muito tinha de inovador e muito tinha de inspiração/influência de Miles Davis e Weather Report.

Como intérprete de excelência, foi muitas vezes "recrutado" como session player por artistas como Paul Simon, James Taylor, Steely Dan, Joni Mitchell, Pat Metheny ou mesmo os Dire Straits. Tocou ainda com Frank Zappa no álbum "Zappa In New York".

Curiosamente, o seu álbum de estreia a solo surge apenas em 1987. Uma aproximação mais clássica ao jazz, poder-se-á dizer. Mas Brecker não parou por aí; continuou a escrever e a tocar ao vivo com o seu saxofone Selmer Mark VI com bocal customizado Dave Guardala. Perdoem-me fazer deste parágrafo algo tão curto, mas calcularão que para conhecermos a sua discografia, muitas páginas seriam necessárias.

Em 2005, foi-lhe diagnosticada uma doença no sangue designada como Síndroma Mielodisplástico (ou myelodysplastic syndrome, MDS, em inglês) que não o fez parar. A sua actividade musical foi acompanhada por uma busca a nível mundial de um dador compatível de células estaminais para transplante. O insucesso na descoberta de tal dador (inclusivé na sua própria família) levou a que fosse tentado um tratamento experimental, que parecia estar a dar resultados até ao fim de 2006, embora tal não se tratasse de uma cura.

Ainda em 2006, Brecker voltou aos palcos, tocando com Herbie Hancock no Carnegie Hall e preparando um álbum que (eventualmente) será editado postumamente.

Michael Brecker (1949-2007)

Michael Brecker acabou por falecer em Nova Iorque, devido a complicações relacionadas com leucemia.