2007-12-17

As reuniões...

Falhei !... Não consegui ver os Led Zeppelin no "O2 Arena" em Londres.

Apesar de ter feito a pré-inscição (como mais de 2 milhões de pessoas) e ter entrado em N concursos na web, fiquei em casa, sem bilhete.

Haverá uma continuidade?
Haverá um DVD?



Mas foi um óptimo ano em termos de reuniões: Genesis, The Police e Van Halen voltaram a tocar para plateias cheias e maravilharadas (não vamos falar de preços de bilhetes).

2007-07-29

Verão sobre rodas... com pronúncia espanhola !

Hoje, em Lisboa, está a chegar o Verão !...
Ainda é cedo, pouco passa das 10h, mas parece que estão já 30 graus na rua, o que não augura nada de bom (por mim, cheira-me logo a incêndios pouco casuais).

Neste contexto, e em termos de desporto, nuestros hermanos estão absolutamente on fire... principalmente Alberto Contador, Rafael Nadal e Fernando Alonso.

Apesar da tenra idade e de ser um estreante no Tour de France, Alberto Contador venceu a prova, tendo vencido uma etapa (nos Pirinéus, na difícil etapa que terminou em Plateau-de-Beille), conquistando o maillot jaune após a exclusão do então líder, Michael Rasmussen, que terá mentido à sua equipa sobre o seu paradeiro no mês antes da competição. Entretanto, o jovem espanhol (o primeiro a conquistar a camisola branca e a amarela desde que Jan Ullrich o fez em 1997) teve o mérito de conquistar tempo aos valorosos adversários (o australiano Cadel Evans, o colega americano Levi Leipheimer e ainda os compatriotas Carlos Sastre, Haimar Zubeldia e Alejandro Valverde), perdendo tempo no contra-relógio do penúltimo dia mas vencendo com todo o mérito, com a menor margem desde que Greg Lemond bateu Laurent Fignon por 8 segundos nos anos 80. Curiosamente (ou não), estiveram 6 espanhóis entre os 10 primeiros.

Quanto a "Rafa" Nadal, após a derrota na final de Wimbledon (pelo segundo ano consecutivo), final essa em que pela primeira vez alguém "obrigou" Roger Federer a um quinto set (e onde Nadal teve dois pontos de break antes de ceder por 2-6 e assim, o quinto título consecutivo para o suiço), o sobrinho do ex-futebolsita do Miguel Angel Nadal (Barcelona, Maiorca, etc.) não perdeu muito tempo a reencontrar o caminho das vitórias, voltando ao seu piso preferido (a terra batida) para vencer em Estugarda, passeando a sua classe e superioridade, derrotando o suiço Stanislas Wawrinka por 6-4 e 7-5 na final. O US Open está aí à porta (em hard court, infelizmente para Nadal) e o objectivo é, como em Wimbledon, destronar Roger Federer.

Entretanto, na Fórmula 1, o campeão do mundo Fernando Alonso "apimentou" a corrida pelo título ao vencer o Grande Prémio da Europa (conquistando 10 pontos) enquanto o seu colega e sensação do ano, Lewis Hamilton, se quedou pela décima-primeira posição, não pontuando. Como o actual sistema de pontuações permeia a regularidade (ao contrário do que se passava nos tempos de Prost, Senna, Piquet e Mansell), o título está em aberto com Hamilton (70), Alonso (68), Massa (59) e Raikkonen (52) a animarem a luta.

Talvez este mês sirva para nós, portugueses, pensarmos e reflectirmos que sermos "os maiores cá dentro de portas" vale realmente de muito pouco e que, sendo em termos de superfície e população aproximadamente 1/5 deles (ou "de ellos"), poderíamos ter 1/5 do sucesso a este nível (e a outros nívels... lembro, assim de repente, do Festival da Eurovisão). Se calhar, temos de "dar um passo atrás, para poder dar dois em frente"... processos como o Apito Dourado devem limpar quem está a mais em vez de desculpar e encobrir quem, por detalhes técnicos é comprovada e visivelmente corrupto(a), se mantém à frente de empresas e organizações (federações inclusive) "arrastando" o desporto (até como fonte de cultura) para um plano secundário (e como fonte de iliteracia, como distração marginal), mas sempre sem prejuízo dos interesses pessoais, porque esses não deixam de vender jornais, nem deixam de aparecer como primeiras notícias na nossa televisão.

Ou talvez não sirva para nada.
A vida continua lá fora...

2007-01-14

O sangue de Brecker

Já há uns tempos que não escrevia sobre música. E o que escrevo hoje não me dá prazer nenhum.

Faleceu ontem, dia 13 de Janeiro de 2007, Micheal Brecker, músico de jazz. Micheal Brecker (1949-2007)

Pois muito bem, poderão dizer que tocava saxofone tenor, mas Brecker abarcava mais do que o seu instrumento de eleição (já nos tempos de escola tinha começado pelo clarinete e passado pelo saxofone alto).

Enquanto criança que ouve música, descobri-o no álbum "City Streets" de Carole King, onde na primeira música (com o mesmo nome) sucede a Eric Clapton para um solo bem ao seu estilo.

Mas se Brecker pode ser considerado um intérprete de jazz, o mesmo não quer dizer que era sectário em relação ao estilo de música, em particular ao "inimigo do jazz", o rock.

O seu início de carreira, com uma banda chamada "Dreams" onde, para além do seu irmão Randy, estavam senhores como Billy Cobham (percurssão), entre outros. A banda só durou um ano, mas captou a atenção de outro senhor, chamado Miles Davis, que algumas vezes assistiu a gigs.

Depois de fundar com o irmão os "Brecker Brothers Band", juntou à banda mais dois senhores do jazz, nada menos que Thelonius Monk e Sly Stone. Esta banda entrava por um jazz/fusão que muito tinha de inovador e muito tinha de inspiração/influência de Miles Davis e Weather Report.

Como intérprete de excelência, foi muitas vezes "recrutado" como session player por artistas como Paul Simon, James Taylor, Steely Dan, Joni Mitchell, Pat Metheny ou mesmo os Dire Straits. Tocou ainda com Frank Zappa no álbum "Zappa In New York".

Curiosamente, o seu álbum de estreia a solo surge apenas em 1987. Uma aproximação mais clássica ao jazz, poder-se-á dizer. Mas Brecker não parou por aí; continuou a escrever e a tocar ao vivo com o seu saxofone Selmer Mark VI com bocal customizado Dave Guardala. Perdoem-me fazer deste parágrafo algo tão curto, mas calcularão que para conhecermos a sua discografia, muitas páginas seriam necessárias.

Em 2005, foi-lhe diagnosticada uma doença no sangue designada como Síndroma Mielodisplástico (ou myelodysplastic syndrome, MDS, em inglês) que não o fez parar. A sua actividade musical foi acompanhada por uma busca a nível mundial de um dador compatível de células estaminais para transplante. O insucesso na descoberta de tal dador (inclusivé na sua própria família) levou a que fosse tentado um tratamento experimental, que parecia estar a dar resultados até ao fim de 2006, embora tal não se tratasse de uma cura.

Ainda em 2006, Brecker voltou aos palcos, tocando com Herbie Hancock no Carnegie Hall e preparando um álbum que (eventualmente) será editado postumamente.

Michael Brecker (1949-2007)

Michael Brecker acabou por falecer em Nova Iorque, devido a complicações relacionadas com leucemia.