2011-12-28

Simpson looping

Isto não se faz...



Jerome Simpson (Bengals), no seu melhor touchdown de carreira, num jogo em que venceram os Cardinals por 23-16.

Fonte: CBS

2011-07-23

Ciclistas simpáticos também ganham o Tour de France

Para variar, não será um "tubarão" a vencer o Tour de France.

Dois ciclistas simpáticos, Cadel Evans e Andy Schleck - daqueles que, reconhecidamente, são menos agressivos embora igualmente talentosos - tornaram-se os principais favoritos à vitória no Tour de France de 2011.




Não será como no ano passado, em que Alberto Contador aproveitou uma falha mecânica na bicicleta de Andy Schleck para lhe ganhar uns decisivos 39 segundos [link] na subida de Port de Bales.

Não será como em tantas situações, em que Lance Armstrong pôs o "comboio da US Postal" (e, depois, "Discovery") ao seu serviço para dizimar a concorrência (nomeadamente, Jan Ullrich), ou mesmo em iniciativas individuais, como na edição do centenário, em 2003, em Luz-Ardiden, quando após a sua queda e de Iban Mayo provocadas pela alça de uma sacola de um espectador, aproveitou a perda de ritmo dos que por ele esperaram [link] para os passar, lançar um ataque e ganhar 40 segundos (tendo ainda a "subtileza" de, quando entrevistado, dizer que não sabia se Julich, Zulbeldia e Ullrich tinham esperado).

Não será como nos anos em que Bernard Hinault não olhou a meios para derrotar Greg Lemond ou Laurent Fignon, nem como nos anos em que "O Canibal" Eddy Merckx dominou a prova raínha do ciclismo.

Em 2011, e após umas etapas inócuas nos Pirinéus e ausência de um contra-relógio individual intermédio (parecia um TdF a "defender" Andy Schleck de Alberto Contador), os Alpes trouxeram a emoção que a prova merece.

E as duas diferenças foram:
  • a aparente baixa de forma do vencedor do ano passado (só no Alpe d'Huez lançou um ataque decisivo, mas que não lhe deu a etapa, nem mais do que 40 segundos sobre a concorrência, insuficientes para colmatar os quatro minutos de atraso que trazia do "camisola amarela" Thomas Voeckler e três dos outros candidatos);
  • a equipa BMC (muito mais bem composta que as antecessoras, com George Hicapie e Marcus Burghardt - fica também o "recado" para a T-Mobile, que nunca soube fazer como a US Postal ou "esta" BMC, sucessora da Lotto, e pôr uma equipa inteira ao serviço de um só líder) e o seu chefe de fila, o australiano Cadel Evans, que conseguiu minimizar as perdas na montanha face aos "trepadores" natos (um pouco à imagem de Miguel Indurain) e capitalizar no que é o seu forte, a corrida solitária contra o cronómetro.




Assim, para hoje, estava agendado um contra-relógio de 42Km com partida e chegada em Grenoble, onde Andy Schleck tinha a missão de defender a "amarela" conquistada na véspera, com os 53 e 57 segundos de avanço para o seu irmão Frank e para Evans, respectivamente.

Ao contrário de 2008, quando houve semelhante hipótese face a Carlos Sastre, o australiano não vacilou e, em pouco mais de 16Km, já era "camisola amarela virtual", pondo a pressão toda em Andy Schleck, que via a sua previsão de que só haveria um Schleck no pódio de Paris, mas de amarelo [link], sair completamente ao contrário... os irmãos luxemburgueses terão, de facto, a tarefa penosa de ladear o vencedor.

O facto de, tão rapidamente, perder a "amarela", fez com que Andy Schleck fizesse um contra-relógio muito fraco, muito pior do que fez contra Alberto Contador no ano passado e, inclusive, pior do que o de Frank; imediatamente, Andy reconheceu o mérito da vitória [link] de Cadel.

A vitória de Tony Martin, com 7 segundos de avanço de Cadel Evans, colocou este último de "amarelo" à entrada para a última etapa.

A vantagem que tem é de 1m34 sobre Andy e de 2m30 sobre Frank, o que o coloca a salvo de um ataque de última hora, pelo que só uma queda ou situação inesperada e inédita lhe poderiam tiram a merecida vitória.

Em quarto lugar, ficará um francês, Thomas Voeckler, que "carregou a camisola amarela" muito para além do que se poderia esperar e, em quinto, o vencedor do ano passado, Alberto Contador.

Os parabéns para o vencedor e, se não for pedir muito, que a ASO (a Amaury Sport Organization, organizadora do evento) pense num Tour mais interessante para 2012, para que a emoção comece logo na primeira semana, e não apenas a 4 etapas do fim. Os adeptos agradecem.

2011-06-27

River Plate, a merecida sentença

Para os mais distraídos (ou apenas interessados nos títulos de notícias), foi apenas ontem que o "histórico" River Plate desceu à segunda divisão argentina, ao empatar a 1 golo com o Belgrano, recém-promovido.

De facto, esta sentença foi amplamente merecida pelos resultados mais recentes, embora (apenas) executada ontem, perante 60.000 fanáticos e incrédulos adeptos que esperavam uma "redenção", no imenso e lotado Monumental de Buenos Aires.

A decadência do River deu-se a partir de 2008 quando, logo após a sua vitória no Clausura, fica em último lugar da tabela no Apertura desse ano, algo inédito na sua longa história.



Nem foi a época 2010/11 que foi a mais negativa para o River (4º em 20 clubes no Apertura 2010 e 9º no Clausura 2011, 6º no total da época, o que até lhe daria acesso à Copa Sudamericana se não fossem despromovidos), mas a classificação acumulada (designada de "Tabla de descenso") mostra que os últimos 6 torneios somados foram demasiadamente maus para serem verdade.

Explicando o sistema de subidas e descidas, a classificação é definida pela média de pontos por jogo de cada um dos 20 participantes nas últimas 3 épocas (38 + 38 + 38 = 114 jogos). No final de cada época, descem os dois piores e vão a um Play-Off os dois acima, defrontando o 3º e 4º do segundo escalão.

O River estava acima da linha de água a 5 jornadas do fim e precisava de fazer 5 ou 6 pontos nesses jogos, para ficar à frente do Tigre ou do Olimpo.

À 16ª Jornada, um nulo em casa do Olimpo deixou tudo na mesma.
À 17ª, novo empate, desta vez em casa e a um golo, face ao Colón.
Repetiu-se o resultado (1-1), na 18ª, no difícil campo dos Estudiantes.
Para a 19ª Jornada, a "redenção" estava ao alcance, bastando uma vitória em casa sobre o Lanus, em pleno Monumental... mas a derrota por 1-2 "atirou" o River para o Play-Off, ficando em 17º com uma média de 1,236 pontos por jogo (41 + 43 + 57 pontos), atrás do Tigre e do Olimpo, ambos com 1,263.

No topo da classificação, Velez Sarsfield (vencedor do Clausura 2011) com 1,833 seguido do Lanus com 1,736 e Estudiantes de La Plata (vencedor do Apertura 2010) com 1,728 são as equipas mais regulares, sendo que o quarto classificado neste ranking já está abaixo do 1,500; o outro histórico, o Boca Juniors, encontra-se a meio da tabela com 1,412 de média.



Neste cenário, chegado o desempate a duas mãos, e dado ter uma melhor média que o seu adversário, bastava ao River empatar a eliminatória com o Belgrano. Mais uma vez, aos "milionários", pedia-se "só" uma performance mediana face ao 4º classificado da segunda divisão para evitar a descida.

Mas nem assim.

Após a derrota fora por 0-2, o River "entrou a todo o gás" na segunda mão, marcando um 1-0 aos 5 minutos e tendo, mais uma vez, a "redenção" ali tão perto.
Veio o 1-1 e o River voltou à carga... mas após o desperdício de um penalty, ficou claro que não haveria "redenção", que a "descida ao inferno" seria uma realidade.



E os adeptos nem quiseram ver até ao fim... o jogo foi interrompido no últmo minuto devido ao ambiente tumultuoso que já se vivia nas bancadas e que foi transportado para as ruas da capital, onde cerca de 70 feridos e 50 detidos houveram a reportar.





Para o Apertura 2011, apenas haverão 2 clubes que se mantêm totalistas da primeira divisão argentina: Boca Juniors e Independiente... o River Plate perdeu o estatuto.