2009-04-08

Azul-e-branco... ao alcance de poucos !

Ao fim de noventa minutos no "Teatro dos Sonhos", os tri-campeões nacionais ganharam vantagem sobre os bi-campeões ingleses e actuais campeões europeus e mundiais. A vantagem é tenue e não dá margem para erro, mas se no Dragão o jogo acabar como começar, o Porto seguirá para as meias-finais da Champions.



O jogo de Manchester esteve ao alcance de poucos, diria mesmo, ao alcance de mais nenhuma equipa portuguesa. Com ilustres desconhecidos e muita inexperiência destas andanças, a equipa portuguesa esteve sempre mais perto de marcar do que de sofrer e, não fora uma oferta de Bruno Alves (novamente a provar que só "dentro de portas" é um jogador autoritário e confiante), e as contas da eliminatória poderiam estar muito mais bem encaminhadas.

Fôra este um jornal desportivo e escrever-se-iam parágrafos sobre o penalty claro cometido sobre Hulk com o resultado em 1-1, mas deixemos isso para outros comentarem.

O espectáculo foi dado por heróis improváveis como Fernando (ex-Estrela da Amadora), Cissoko (ex-Vitória de Setúbal), Hulk (ex-Tokyo Verdi da 2ª Divisão japonesa), Rolando (ex-Belenenses)... e outros mais experientes e com melhor pedigree, como Lucho Gonzalez (ex-River Plate), Raul Meireles (formado no clube), Lizandro Lopez (ex-Racing), Christian Rodriguez (ex-Benfica).

Os visitados, surpreendidos, tiveram em Wayne Rooney, Van der Saar e Jonny Evans os melhores interpretes de um jogo em que nunca o Man Utd foi "mandão" ou subjogou o seu adversário.

Os comandados de Jesualdo Ferreira marcaram dois golos de bola corrida, um "a abrir" por Chrisitan Rodriguez e outro "a fechar" por Mariano Gonzalez, rematou mais, controlou mais (oferecendo o domínio aos red devils) enquanto os de Alex Ferguson marcaram em dois erros de Bruno Alves, numa oferta para Rooney e num outro lance (de arremesso lateral) em que se atrasou na cobertura na linha de pequena área, permitindo um toque de calcanhar à vontade, para depois aparecer Tevéz a antecipar-se em sprint a Rolando.

Muito por mérito dos "azuis-e-brancos", Cristiano Ronaldo foi praticamente um factor zero, trabalhador e muito marcado, não sobressaiu, como sempre se lhe exige.

Foi justo o resultado, lisongeiro para os da casa que, apesar de tudo, tiveram o pássaro na mão e o deixaram voar. É verdade que, neste aspecto, a sorte protegeu os audazes e o Porto, a perder pela primeira vez aos 85m, soube procurar e ter a estrelinha de marcar o empate, que os coloca na frente da eliminatória.

Parabéns aos bravos e que a viagem os leve até Roma.