2008-09-18

Livre e Vermelho (Free and Red)

Dois dos últimos fenómenos musicais de origem cibernética em terras lusas são vozes femininas; com trabalhos, origens, métodos e estilos diferentes, apareceram como uma lufada de ar fresco: Rita Redshoes e Ana Free.

Rita Pereira, de seu nome, a.k.a. Rita Redshoes no universo musical, aparece na cena musica em 1996 como baterista no grupo de teatro Ita Vero, sendo que no ano seguinte já era vocalista dos Atomic Bees (banda que acaba por gravar uma versão de 'Perfect' dos Fairground Attraction, que viria a marcar presença na colectânea "Optimus 2000 - Novos Talentos".

Rita RedshoesMais tarde tocou baixo no grupo Rebel Red Dog, tocou piano e cantou no projecto Photographs e a partir de 2003 tornou-se a teclista de serviço na banda de suporte de David Fonseca, com quem interpretou o tema 'Hold Still', do álbum "Our Hearts Will Beat As One", o segundo na carreira do antigo vocalista dos Silence 4.

Em 2007, o imaginário do filme "O Feiticeiro de Oz" e o clássico 'Let's Dance' de David Bowie inspiraram-na a adoptar o nome de Rita Redshoes. Na mesma altura começa a alinhavar o seu primeiro álbum em nome próprio e dá a conhecer o single 'Dream On Girl', incluído na colectânea "Novos Talentos - FNAC 2007" e considerado, por alguns órgãos de comunicação, um dos melhores desse ano.

Com a edição de "Golden Era", os temas "Dream On Girl", "Hey Tom", e "The Beginning Song" passam a estar disponíveis para todos os (atentos) seguidores da cantora de Loures.



Ana Gomes Ferreira, a.k.a. Ana Free, é uma cantora e compositora que apareceu na cena musical directamente via YouTube.

Começou a escrever e a tocar aos 10 anos e o facto de se ter mudado para Inglaterra para estudar Economia não a afastaram da sua paixão musical.

No verão de 2007 apareceu pela primeira vez na TV portuguesa, apresentando Crazy, uma das suas composições. O seu primeiro single, In My Place, editado em 2008, foi o percurssor de uma promissora carreira, a qual terá confirmação com o lançamento do seu álbum de estreia.

2008-08-08

XXIX Olimpíadas - Pequim '2008

Espera-se o melhor. De todos os atletas. Da Organização. Do público. Dos anfitriões (ver maquete do ninho do pássaro).

o ninho do pássaro

Espera-se o melhor. Da comitiva portuguesa.
Nunca houve tão grande expectativa em relação a uma comitiva olímpica e, para Pequim 2008 (ou Beijing 2008) esperam-se várias medalhas... pelo menos, as de Vanessa Fernandes, Naíde Gomes, Telma Monteiro e Nélson Évora.

Quem não tem na memória a fuga de Carlos Lopes em 1984 ?
Quem não tem na memória o sorriso de Rosa Mota em 1988 ?
Quem não tem na memória a ultrapassagem de Fernanda Ribeiro (à incrédula Wang Jun-Xia) na reta final dos 10000m em 1996 ?

Para acrescentar novas memórias, às 8h08m da noite do dia 08.08.2008 (em Portugal, 13h08m), ligue-se à televisão (se não tem lugar no Estádio Nacional de Pequim) e veja a cerimónia de abertura das XXIX Olimpíadas da Era Moderna.

2008-08-07

The Police... adeus !

Trinta anos depois, uma última tournée de 50 concertos que passaram por quase todo o mundo, Portugal incluído, os The Police disseram o adeus definitivo num dos míticos palcos... o Madison Sq Garden de Nova Iorque.

the police... 2007

O alinhamento do último concerto (ou setlist, se preferirem) não foi muito diferente do resto da tournée e abarcou toda a carreira da banda, desde que começaram a ganhar alguma notoriedade no Reino Unido no final dos anos 70, quando Stewart Copeland (baterista) fundou a banda com Gordon Sumner (baixista, mais conhecido por Sting), Henry Padovani (guitarrista, que saíria da banda pouco mais tarde) e aos quais se juntou Andy Summers passados poucos meses, ainda em 1977.

Quem esteve presente, viu e ouviu Elvis Costello como special guest antes de Sting, Summers e Copeland subirem ao palco; depois, os ingredientes para a festa foram sucessivamente:

Message In A Bottle
Walking On The Moon
Demolition Man
Voices Inside My Head
When The World Is Running Down
Don't Stand So Close To Me
Driven To Tears
Hole In My Life
Every Little Thing She Does Is Magic
Wrapped Around Your Finger
De Do Do Do, De Da Da Da
Invisible Sun
Can't Stand Losing You
Roxanne
King Of Pain
So Lonely
Every Breath You Take
Next To You

Pois, após as (novas) despedidas, we bid you "goodbye!" e esperamos pelo DVD da tournée, que junto ao dos Genesis (já editado), Led Zeppelin e Van Halen (a editar) serão valiosos objectos de colecção por quanto históricas foram estas reuniões.

Até sempre !

2008-06-30

Gracias por el futbol !!!

Obrigado pelo futebol !!!
É o que podemos dizer a nuestros hermanos.

Sem euforias pelas vitórias sucessivas (ao contrário da Holanda ou Croácia), com grande rigor defensivo (ao contrário de Portugal), com os melhores jogadores a serem os anti-estrela (como são o Xavi, o Iniesta e o Fabregas - três catalães), a Espanha sagrou-se, com ampla justiça e de forma invicta, campeã europeia de futebol.

Fê-lo, pela segunda vez no seu historial, após 24 anos sem presenças em finais (desde o célebre "frango" de Arconada num livre directo de Platini em pleno Parque dos Príncipes) fê-lo também com inegável categoria e superioridade.

Por isso, muito obrigado.

Temos de estar agradecidos por terem sido os melhores a ganhar, por terem sido eles a vetar a vitória de uns pragmáticos mas demasiadamente cinzentos alemães (com os quais teremos ainda de aprender qualquer coisa...).

Temos de estar agradecidos (e lembrar-mo-nos) por nos mostrarem que "comboios de entuaiasmo" (como os em que a Holanda e Rússia embarcaram) têm sempre viagens curtas e abreviadas pelos que mantêm os pés assentes em solo firme. E nuestros hermanos "despacharam" os russos duas vezes e sem reticências... 4-1 e 3-0.

Temos de estar agradecidos (e manter presente) que "as luzes da ribalta" ofuscam e toldam a visão; na próxima época, lá teremos os trabalhadores do costume a darem tudo dentro de campo (e não apenas quando o golo está à vista)... além dos já mencionados Xavi, Iniesta e Fabregas, a lista é enriquecida por nomes como Sérgio Ramos, Capdevilla, Puyol, Xabi Alonso, David Silva, Cazorla, Marcos Senna ou Guiza. Lá atrás, o jovem "veterano" Casillas.

Mas não digamos bem só dos vencedores (quais convivas a dizerem bem de um defunto apenas pela razão de que acabou de falecer). Beckham e Gerrard de fora...Houve vários outros jogadores em destaque que merecem menção honrosa, como sejam Ashvavin (Rússia), Kolodin (Rússia), Pavlyuchenko (Rússia), Larson (Suécia), Emre (Turquia), Altintop (Turquia), Tuncay (Turquia), Nihat (Turquia), Deco (Portugal), Petit (Portugal), Moutinho (Portugal), Bozingwa (Portugal), Ballack (Alemanha), Schweinsteiger (Alemanha), Podolski (Alemanha), Modric (Croácia), Ribéry (França), Buffon (Itália), Pirlo (Itália), Van Nistelrooj (Holanda), Sneijder (Holanda), lamentando-se ainda as ausências de Rosicki (Rép. Checa) e Nesta (Itália).

Pelo comprimento desta lista (e de algum nome que, por lapso, terei deixado de fora), vê-se claramente que este Euro 2008 foi muito mais do que a vitória da Espanha. Bons jogos, bons jogadores, bons espectáculos.

É pena que as selecções organizadoras tenham pouca qualidade futebolística (até hoje, apenas por uma vez, uma selecção organizadora - Bélgica em 2000 - não tinha passado à segunda fase) porque tal baixa a qualidade do torneio. As duas disseram "presente" e pouco mais, tendo ficado de fora outras que proporcionariam outro espectáculo... Inglaterra, Dinamarca, Irlanda, por exemplo.

Venha o Mundial 2010, na África do Sul, porque este Euro 2008 está entregue, e muito bem entregue.

2008-03-15

Obrigado, Camacho!

Haja quem saiba o que é honra.
Haja quem saiba o que é postura profissional.

Nas duas passagens que teve pelo Benfica, o treinador espanhol deparou-se sempre com um adversário institucional muito grande; mas, de cada vez, o adversário não foi o mesmo.



Da primeira vez, faltou dinheiro... e apareceu o Real Madrid a chamar.
Não chegaram os jogadores que o treinador pretendia e, apesar de não se fazerem omoletes sem ovos, o desempenho foi meritório (na sombra do FCP de Mourinho) e criou-se uma equipa que viria a ser campeã em 2004/05, já sob a batuta de Trapatoni.

É inquestionável que Camacho tem perfil para gerir homens (mesmo algumas primas donnas que povoam amiúde o plantel do "Glorioso") e também é indubitável que de futebol também percebe... como se viu no Mundial da Coreia/Japão, onde só vergonhosamente foi eliminado pela equipa da casa (lembram-se de dois golos limpos?) nos penalties.

Desta vez, diga-se, foi um lobby de jogadores.
Terá sido?... Mesmo ?!!!

Parece que o treinador espanhol terá alguma culpa ao aceitar a proposta de trabalho sem ter feito o planeamento da época (altura em que poderia ter definido o plantel, entre outras tarefas organizativas) e saindo antes do fim da mesma, mas...

É inadmissível que o nível de empenho que certos jogadores têm seja deixado passar em claro pela Organização. E como a Direcção não pune (nem dispensa) esses jogadores, é o homem do leme que se manifesta, indicando que o barco não tem condições para chegar a bom porto... o que é verdade, dado estarmos ainda no Inverno e a melhor perpectiva é vencer a Taça de Portugal e ficar em segundo no Campeonato (onde a luta se trava com Sporting, Setúbal e Guimarães - não por esta ordem).

Fartos de sugestões vindas da bancada, os homens que se põem ao leme do navio encarnado, depressa procuram outras margens, outros portos, outras paragens, porque o Benfica não consegue sequer manter um timoneiro nem sequer manter boas relações com os antigos timoneiros (excepção feita a Eriksson, Toni e... Camacho, vá!).

Treinadores e jogadores de grande qualidade embarcariam em qualquer projecto que não fosse minado pelas 'tricas' de atletas que querem garantir o soldo sem trabalho; creio que todos os treinadores gostam de qualidade, mas apreciam claramente a dedicação... exemplos: Claudio Pitbull (emprestado pelo Porto ao Setúbal), Christian Rodriguez (emprestado pelo Paris St-Germain ao Benfica), Grimi (emprestado pelo AC Milan ao Sporting), entre outros. Lembram-se do Kuffour a chorar após a derrota nos descontos contra o Man Utd para a final da Champions?

A este Benfica, falta com certeza a classe de jogadores como Rui Costa, mas falta igualmente a dedicação de outros como Mantorras, jogadores que cativam o público e que fazem da Luz um "inferno". Hoje, quem estremece na Luz? Quase ninguém (nem mesmo o "lanterna vermelha"). E quando o treinador é considerado um adversário (quiçá à manutenção do status quo), o lobby encarrega-se de devolver a ordem, pondo as prioridades no lugar... ou seja, a instituição em último lugar.

Sem utopia ou saudosismo, facilmente se recordam jogadores como Carlos Manuel, Veloso, Álvaro, Jonas Thern, Mozer, Amaral, Isaías ou Preud'Homme que representam diferentes eras em que, com maior ou menor qualidade futebolística, se encontravam jogadores que "deixavam a pele em campo" ou, como o Carlão disse antes de uma célebre viagem até Estugarda, o grito era: "há que comer a relva". Logo ele, sportiguista assumido.

Por tudo isto a frase "jogar à Benfica" está em desuso.
Agora, todos querem "jogar à Porto"... os resultados estão à vista.