2007-07-29

Verão sobre rodas... com pronúncia espanhola !

Hoje, em Lisboa, está a chegar o Verão !...
Ainda é cedo, pouco passa das 10h, mas parece que estão já 30 graus na rua, o que não augura nada de bom (por mim, cheira-me logo a incêndios pouco casuais).

Neste contexto, e em termos de desporto, nuestros hermanos estão absolutamente on fire... principalmente Alberto Contador, Rafael Nadal e Fernando Alonso.

Apesar da tenra idade e de ser um estreante no Tour de France, Alberto Contador venceu a prova, tendo vencido uma etapa (nos Pirinéus, na difícil etapa que terminou em Plateau-de-Beille), conquistando o maillot jaune após a exclusão do então líder, Michael Rasmussen, que terá mentido à sua equipa sobre o seu paradeiro no mês antes da competição. Entretanto, o jovem espanhol (o primeiro a conquistar a camisola branca e a amarela desde que Jan Ullrich o fez em 1997) teve o mérito de conquistar tempo aos valorosos adversários (o australiano Cadel Evans, o colega americano Levi Leipheimer e ainda os compatriotas Carlos Sastre, Haimar Zubeldia e Alejandro Valverde), perdendo tempo no contra-relógio do penúltimo dia mas vencendo com todo o mérito, com a menor margem desde que Greg Lemond bateu Laurent Fignon por 8 segundos nos anos 80. Curiosamente (ou não), estiveram 6 espanhóis entre os 10 primeiros.

Quanto a "Rafa" Nadal, após a derrota na final de Wimbledon (pelo segundo ano consecutivo), final essa em que pela primeira vez alguém "obrigou" Roger Federer a um quinto set (e onde Nadal teve dois pontos de break antes de ceder por 2-6 e assim, o quinto título consecutivo para o suiço), o sobrinho do ex-futebolsita do Miguel Angel Nadal (Barcelona, Maiorca, etc.) não perdeu muito tempo a reencontrar o caminho das vitórias, voltando ao seu piso preferido (a terra batida) para vencer em Estugarda, passeando a sua classe e superioridade, derrotando o suiço Stanislas Wawrinka por 6-4 e 7-5 na final. O US Open está aí à porta (em hard court, infelizmente para Nadal) e o objectivo é, como em Wimbledon, destronar Roger Federer.

Entretanto, na Fórmula 1, o campeão do mundo Fernando Alonso "apimentou" a corrida pelo título ao vencer o Grande Prémio da Europa (conquistando 10 pontos) enquanto o seu colega e sensação do ano, Lewis Hamilton, se quedou pela décima-primeira posição, não pontuando. Como o actual sistema de pontuações permeia a regularidade (ao contrário do que se passava nos tempos de Prost, Senna, Piquet e Mansell), o título está em aberto com Hamilton (70), Alonso (68), Massa (59) e Raikkonen (52) a animarem a luta.

Talvez este mês sirva para nós, portugueses, pensarmos e reflectirmos que sermos "os maiores cá dentro de portas" vale realmente de muito pouco e que, sendo em termos de superfície e população aproximadamente 1/5 deles (ou "de ellos"), poderíamos ter 1/5 do sucesso a este nível (e a outros nívels... lembro, assim de repente, do Festival da Eurovisão). Se calhar, temos de "dar um passo atrás, para poder dar dois em frente"... processos como o Apito Dourado devem limpar quem está a mais em vez de desculpar e encobrir quem, por detalhes técnicos é comprovada e visivelmente corrupto(a), se mantém à frente de empresas e organizações (federações inclusive) "arrastando" o desporto (até como fonte de cultura) para um plano secundário (e como fonte de iliteracia, como distração marginal), mas sempre sem prejuízo dos interesses pessoais, porque esses não deixam de vender jornais, nem deixam de aparecer como primeiras notícias na nossa televisão.

Ou talvez não sirva para nada.
A vida continua lá fora...